.
era uma colagem estranha de incoerências
rasgava mais horas do que as outras sete e
muitas lacunas de cores dispersas à testa, como
quando se dança em plano-sequência isolado
lomografia indiscreta de batom vermelho
cortejada por dândis e dianas doidas
gatilho de holgas e quase sempre ditadora
oficial do festival de bonecas russas
rebobinava cortes de cabelo aos domingos
para poupar as películas cromo, da tal insônia
revelada com a presteza de uma raposa blasé
blush nos parágrafos brancos, acupuntura auricular
dona de uma academia nada cartesiana, ela era
a escrita de si e de muitas outras elas
.
bailarina de entraves
domingo, 11 de abril de 2010
domingo, 3 de janeiro de 2010
cotovelo
.
beijo estalado de três
ossos que se encaixam
ao som daquela vinheta
antiga, soprada do rádio
anunciando um ménage
perfeito, coberto por veias
e nervos em \m/
dobradiça que me faz
existir nas noites de
coqueluche, quando
as bochechas abraçam
os olhos e fazem a vida
brilhar em braille
outro estalo, sapateado
sobre a máquina de escrever
a cada batida, eletrochoque
imprimindo mais uma
ranhura à pele espessa
como se fosse um novelo
de elefante.
beijo estalado de três
ossos que se encaixam
ao som daquela vinheta
antiga, soprada do rádio
anunciando um ménage
perfeito, coberto por veias
e nervos em \m/
dobradiça que me faz
existir nas noites de
coqueluche, quando
as bochechas abraçam
os olhos e fazem a vida
brilhar em braille
outro estalo, sapateado
sobre a máquina de escrever
a cada batida, eletrochoque
imprimindo mais uma
ranhura à pele espessa
como se fosse um novelo
de elefante.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
puzzle
.
preciso de um encaixe
que me traga o mundo
de volta
encontro a peça perdida
e peço que me tire desse
escuro intra-uterino
onde o futuro passa
em stop-motion
arranhando gaps
de memória.
Jogo de encontros
tabuleiro estranho
de vidas
giro a roleta verde
pulo uma casa
ouço o vento no shuffle
e escolho ser outra.
.
preciso de um encaixe
que me traga o mundo
de volta
encontro a peça perdida
e peço que me tire desse
escuro intra-uterino
onde o futuro passa
em stop-motion
arranhando gaps
de memória.
Jogo de encontros
tabuleiro estranho
de vidas
giro a roleta verde
pulo uma casa
ouço o vento no shuffle
e escolho ser outra.
.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
caminho de casa
.
espelhos sempre foram túneis
compridos de atravessar
escuros vestidos de vidas
atrás
do encanto onde encontro
o botão perfeito para costurar
lembranças de outras peles,
janelas e mães.
latente verdade que atrasa,
flerto com os reflexos
e a metafísica esconde
o olhar que eu tinha para o caminho de casa.
.
espelhos sempre foram túneis
compridos de atravessar
escuros vestidos de vidas
atrás
do encanto onde encontro
o botão perfeito para costurar
lembranças de outras peles,
janelas e mães.
latente verdade que atrasa,
flerto com os reflexos
e a metafísica esconde
o olhar que eu tinha para o caminho de casa.
.
sábado, 27 de junho de 2009
vintage
.
before my shoulder
fits her shoes
I’ll be a collage
under umbrellas
dancing blues
on the 4th road
that afternoon
you’ll rescue
me from my
funny raincoat
and when we fall apart
in match pajamas
you’ll understand
cause I sent you
a vintage telegram
.
before my shoulder
fits her shoes
I’ll be a collage
under umbrellas
dancing blues
on the 4th road
that afternoon
you’ll rescue
me from my
funny raincoat
and when we fall apart
in match pajamas
you’ll understand
cause I sent you
a vintage telegram
.
domingo, 26 de abril de 2009
curto-circuito
.
entre um emaranhado
de fios infinitos
conduzo meu corpo
em cobre
e cubro-me
em broches de lítio
estrelando espasmos
oculares entre
outros soluços
isolantes
.
entre um emaranhado
de fios infinitos
conduzo meu corpo
em cobre
e cubro-me
em broches de lítio
estrelando espasmos
oculares entre
outros soluços
isolantes
.
sábado, 17 de janeiro de 2009
sábado, 13 de dezembro de 2008
casa vazia
.
volto à esquina inacabada
se ao menos chovesse amanhã
não contornaria meus olhos
desvio-me em círculos tortos
bailarina de entraves
tropeço entre tacos
revelo um sonho ao rodapé
o escuro rodopia em π
ciclo de tristes
espio entre os traços
finos da cortina
ex(tinta) ao vão
não há
giro em lugar
nenhum senão
em mim
.
volto à esquina inacabada
se ao menos chovesse amanhã
não contornaria meus olhos
desvio-me em círculos tortos
bailarina de entraves
tropeço entre tacos
revelo um sonho ao rodapé
o escuro rodopia em π
ciclo de tristes
espio entre os traços
finos da cortina
ex(tinta) ao vão
não há
giro em lugar
nenhum senão
em mim
.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
afta
.
tenho
uma poesia
rósea que irrompe
as gengivas e arranha
os dentes.........na língua
uma auréola ansiosa
que me engole
em branco
tenho
.
uma poesia
rósea que irrompe
as gengivas e arranha
os dentes.........na língua
uma auréola ansiosa
que me engole
em branco
tenho
.
domingo, 30 de novembro de 2008
sábado, 22 de novembro de 2008
odisseu
.
te espero em botões
tecendo casas sob
dobras de pele gasta
o retalho incansável
descama a teu retorno
sóis circenses afundam
meus olhos em manchas
cinzas de ressaca nova
mais um capítulo bordado
ao corpo, descanso
a pálpebra na lapela
e te espero
.
te espero em botões
tecendo casas sob
dobras de pele gasta
o retalho incansável
descama a teu retorno
sóis circenses afundam
meus olhos em manchas
cinzas de ressaca nova
mais um capítulo bordado
ao corpo, descanso
a pálpebra na lapela
e te espero
.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
xilogravura
.
demorar caramelo nos dentes
....................existir lume de borboleta
..............................despolpar algodão com gosto
.........................................tecer fábrica nos sapatos
...............................sapatear em céu de acrílico
......................tingir as gengivas ao sol
desenhar o escopo da mudança
.
demorar caramelo nos dentes
....................existir lume de borboleta
..............................despolpar algodão com gosto
.........................................tecer fábrica nos sapatos
...............................sapatear em céu de acrílico
......................tingir as gengivas ao sol
desenhar o escopo da mudança
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quarta-feira, 5 de novembro de 2008
barack desde 1853
...................................a Martin Luther King
hoje beberemos obama em bohemia escura
e dançaremos a democracia azul
.
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