domingo, 3 de janeiro de 2010

cotovelo

.
beijo estalado de três
ossos que se encaixam
ao som daquela vinheta
antiga, soprada do rádio
anunciando um ménage
perfeito, coberto por veias
e nervos em \m/

dobradiça que me faz
existir nas noites de
coqueluche, quando
as bochechas abraçam
os olhos e fazem a vida
brilhar em braille

outro estalo, sapateado
sobre a máquina de escrever
a cada batida, eletrochoque
imprimindo mais uma
ranhura à pele espessa
como se fosse um novelo
de elefante.

4 comentários:

Daniel Basilio disse...

Ah! Que bonito! Tava esperando mais uma publicação há algum tempo... E não podia ter vindo em melhor hora!

Lepz disse...

criptico, hein? me amarrei.

Mariana Botelho disse...

belo escrito, pat. nossa, há tempos não venho aqui... que bom que vim. :)

omnia in uno disse...

a última estrofe é invejável!! ela fecha bem todas as imagens anteriores.

beijo grande pat!