sábado, 26 de julho de 2008

encerado

Amálgama de menta
Mentiras suturadas
Amigos na moldura
Casulo engessado

Dentes de cera
Lágrimas de esmalte
Cigarras e abelhas
Levam o passado

Castanhas cerdas
De um pincel torto
Devolvem o rosto
Ao menino atormentado.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

bainha de mielina

Ondulada textura do arrepio que transborda a fronteira em suspiros largos. aperta o dorso, inibe o passo. frio é o sopro que desmancha o laço. fita os lábios, chama a medula pra dançar, invade a trama e repousa em seu lugar. rosa é o veneno da bailarina, desperta a formiga que adormece a pele. abriga o fluido, sementes de romã expele. voa e volta a provocar.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

terça-feira, 8 de julho de 2008

da gaveta

hiato

Doce ruído que me envolve de novo na vida. desarrumo o encontro de vazios, que rondava a casa, risco o papel de parede, rasgo o encarte. troco o plano pela arte, o plástico pelo pano. encontro retalhos da infância. fantoches de veludo, vestidos de fábulas, centopéias dançantes, desenhos de mágoas. mágica gaveta com cheiro de guache. guardo o gosto das coisas misturadas. embaralho consoantes, ensaio a volta tecendo hortelã. ainda com mofo nas mãos, desperto deste tênue coma de estio, dissonante hiato
vazio.