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Não deixe-a cair.
ossos frágeis e trêmulos
entortam a rosa murcha
de novena e devoção
veias trançadas ao caule
seiva de promessas
avessa à calma
Não deixe-a cair.
espinhos beijam a pele
franzida e esculpem
ansiedade em folheado
manto de ouro encobre
o desespero pálido
de milagres perdidos
Não deixe-a cair.
fiéis queimam ao meio-dia
procurando suas causas
nas esquinas de um santo
o Cosme está mais velho
da janela do 570
paro, olho a romaria
e espero
Não deixe-me cair,
Senhorinha.
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008
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12 comentários:
a idade caminha, quase desapercebida.
em cima de pernas que alguns chamam de fé.
lindo de arrepiar seu poema... "ansiedade esculpida em folheado na pele franzida" é demais.
Il ne laissairez jamais
il c'est moi
me vidrei hoje numa senhorinha semelhante.
vestida de rosa, toda ela murchou na pilastra da plataforma - flor triste, esperava o trem. mas essa era rasa de fé, sem novena ou devoção. se achegou moço jovem e encostou-se ao seu lado. ele fungou. ela pediu silêncio, olhando-o desde o chão perturbada e os lábios insinuando palavras de ordem.
dentro do vagão, a mil o barulho de velocidade, mas ela pedia silêncio aos técnicos da estação. e se despetalava a cada nova dobra que envelhecia sua testa. o metro parece não fazer curvas, mas ele também faz.
os fiéis sempre procurando suas causas - ou o cordão perdido no labirinto
meus olhos sem horas
vêm e vêem aqui
o que os enlevam
- elevam...
oi, vc é do rio né? Então, hoje a partir das 21h, no beco das carmelitas, próximo ao beco do rato, tem encontro de poetas: Ratos diVersos. De quinze em quinzes dias alguns poetas se reúnem pra recitar poemas próprios e de outros autores. Microfone aberto para todos. Há algumas semanas eu frequento o lugar, como platéia. Eu não escrevo nada, nem nunca fui ao microfone, mas como vc tem coisas legais aqui no blog, talvez gostasse de ir lá conhecer.
Tá dado o recado. É hoje, na Lapa, beco das Carmelitas, n9. Se houver interesse procure no youtube ou mesmo o blogue do grupo. Se aparecer por lá, faça um sinal.
2. Valeu pelo elogio lá no blogue.
abraços.
Um belo poema, como sempre. Tu falas muito bem das coisas, do cotidiano e de suas questões de crenças, descrenças e da própria vida enquanto uma busca por algo.
Adoro seus textos. Adoro seus versos.
Um grande abraço,
Átila Siqueira.
assim como a vida?!
justement, louis
c'est la vie.
Registro minha passagem e meu agrado. Belo poema.
Convido-a a visitar meu canto.
Um abraco...
Lualves
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