terça-feira, 14 de outubro de 2008

mola

.
ainda guardo nos bolsos
o gosto do banho lilás
depois da coceira

nas mangas o veludo
tímido do teatro
o jazz nos sapatos

a voz dos pés sobre
a estrada cantando
galochas e balas

depois do almoço,
cafuné e dormideira

quero borboletas
na meia-calça
elástico no umbigo
suspensório sorrindo

nas mãos,
mímica
e tinta

acordo o cheiro
do Verona azul
para no porta-luvas
esconder o tempo

e contar as estrelas
do teto solar
.

9 comentários:

Moacy Cirne disse...

Navegando pelos blogues amigos, descobri o seu espaço: agradou-me a sua poesia, agradou-me o seu texto. Ou seja, mais um blogue para visitar. Com satisfação. Um abraço.

omnia in uno disse...

permanganato
carrapato
esparadrapo

galopes
galochas
e os lagos

a infância é mais perto do chão


tá lindo esse, pat ! brincamos juntas depois desse poema...!

Cosmunicando disse...

ai, super cheiro de infância... atávico demais =))

Átila Siqueira. disse...

Que bonito, trata-se de uma viagem? Adoro poemas assim, que dizem sem dizer, deixando um oculto em nossas mentes, brincando com as palavras para nos fazer pensar.

Adorei.

Tem post novo no meu blog, passe lá, tu és minha convidada.

Um grande abraço,
Átila Siqueira.

Erecteu disse...

Soa e sabe bem,
a gotas de chuva
dispersas também

Átila Siqueira. disse...

Oi, vim aqui visitar seu cantinho e reencontrei esses teus versos tão lindos, e ai resolvi comentar de novo só para te prestigiar.

Quero agora aproveitar a oportunidade para indicar um blog de um amigo meu, que está sendo muito gentil em divulgar o meu livro, Vale dos Elfos, que está para ser lançado, embora já esteja totalmente atrasado quanto as minhas expectativas. Esse rapaz tem um blog em que ele divulga eventos relacionados a literatura. Vale a pena conferir. O endereço dele é: http://fanbooks.blogspot.com/

Um grande abraço,
Átila Siqueira.

Adrianna Coelho disse...


esse tem cheiro de mentex!

é para guardar, não só nos bolsos,
mas tbm na caixinha das coisas boas (de olhar),
como diz um amigo meu... rs

vou tirar o atraso e ler, ler, ler... só que não canso, claro... rs

beijos, pat

Clara Cavour disse...

criancices!

André Beltrão disse...

que delicia, saboroso lembrar as coisas assim. :)