listras onduladas
a girar sobre o asfalto
o funil esfola
ao meio-dia,
escorre a pressa.
apitos tossem
estupidez aguda,
passos vermelhos
emulam sirene
rumo ao palácio,
tudo parado.
túnel,
marcha.
elmos de agulha
a gritar entre altos,
enquanto as buzinas
dançam o caos.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
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10 comentários:
no trajeto colorido
caótico e cotidiano
alguém absurdamente
engolia as setas
e todos os goody(ears)avançavam
e paravam no som
que tocava na maldita...
tem sido assim:
com as mesmas buzinas
desde aquele tempo...
desde aquele tempo
que nós bordávamos
sons urbanos
em ritmo compassado
com a vontade de chegar
ao lugar nostálgico
do que ainda pode ser
ps: e num é que isso me soou meio a gente? sei lá, me veio agora as aquarianas lá de trás, qdo vc só era a namorada do melhor amigo...
urbano e buzinado.
dá pra ver a cena toda (e ouvir!!)
muito bom =)
Um belo retrato de nossas cidades. Eu pude até me ver na cena, porque é assim mesmo que acontece. Gostei muito do poema, e achei muito bom a forma como falou do problema do trânsito e do caos urbano.
Obrigado pela visita lá no meu blog, e obrigado pelo elogio ao meu poema.
Um grande abraço,
Átila Siqueira.
só o coraçao nao para
espreita o caos
espera o verde
para se desengarrafar
amei! lembrou meu trajeto bota-jacarepagua.
partiu bahia!!!!
garrafa na graxa do
asfalto risca faísca
o plástico contorce
pet um animal agonizando
a garrafa pede salvaç
listra o carimbo
dos goodyears, seca
sem rótulo a garrafa
no anonimato da rua
estupidamente rota
sujeita à frota
a garrafa não é de boccioni
nem do futuro
é garrafa era
(eras)
um animal agonizando
foi um tanto sinestésico...
bjos
asfalto que mascara a terra
como um terno de mal cheiro
para dançar a valsa com a borracha
que sangrou de um verde forasteiro
(Talvez da Malásia ou do norte de nosso terreiro)
luzes mal faladas
apagam a escuridão celeste
os motores que farfalham
incomodam como sapatos apertados
ou como uma calça que não nos veste
a organização das formas
aparetando coerencia
oculta o processo initerrupto
da suada decadencia
e mesmo assim sentimos conforto
em um ar tão condicionado
quantos os atos
de uma enferma paciencia
e no fundo de uma atada prateleira
se encontra engarrafada
nossa desbotada consiencia
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